Aquilo que chamamos de mente, em yoga é dividido em 4 partes, cada uma com sua função específica.
O maior problema do praticante espiritual e a não coordenação dessas funções.
As quatro funções da mente são: Manas, Ahamkara, Buddhi e Chitta.
Para um maior entendimento, descreveremos brevemente os funcionamentos dessas quatro “partes” de nossa mente.
Manas
Manas é a mente inferior. É ela que interage com o mundo exterior, captando impressões sensoriais e informações. Por natureza, manas questiona e duvida, podendo causar-nos problemas se essa tendência for excessiva.
Manas executa com perfeição o papel de levar direcionamentos, mas não é quem toma as decisões chaves, que está a cargo de Buddhi.
Se as funções de Buddhi estiverem eclipsadas, Manas vai ficar pedindo por um direcionamento e por um bom direcionamento.
De maneira geral, Manas tende a seguir as “vozes” presentes no banco de memória das impressões, Chitta.
Uma boa maneira de coordenar o funcionamento de Manas é vigiar os pensamentos e sentimentos, sem auto-culpa ou auto-corrupção.
Manas não é o chefe, mas o supervisor que dá as ordens diretas aos sentidos cognitivos e ativos.
Chitta
Chitta é o banco de memórias, onde as impressões captadas pelos sentidos são armazenadas.
Se as funções de chitta não estiverem coordenadas, as incontáveis impressões armazenadas e que estão de forma latente tendem a se manifestar de maneira intensa, levando a nossa mente a agir em coisas não tão úteis.
Como a relação de Manas e Buddhi não estão coordenadas, as impressões latentes presentes em Chitta competem entre si na busca pela atenção de Manas, e na maioria das vezes conseguem com que Manas direcione suas informações, em vez das informações provenientes de Buddhi.
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Digamos que a mente é como um lago. Chitta seria o depósito de poeira que entra em contato com a superfície do lago e decanta até se acomodar no leito do lago. Quando a água do lago se agita (quando manas pede uma instrução) os detritos se levantam do leito turvando a água (ações executadas por Manas tendo por base as impressões dos sentidos e referenciais armazenados em Chitta).
Uma boa maneira de testemunhar o funcionamento de Chitta é ficar atento a pensamentos que surgem como uma onda sem causa aparente, por exemplo: uma música que surge “do nada” em sua cabeça, a lembrança de algo sem conexão aparente com a “realidade” ao seu redor.
Percebendo essas emanações fica mais fácil o controle e coordenação de Chitta com as outras funções da mente.
Ahamkara – o Ego
Ahamkara é o senso de individualidade, do Eu. É a entidade que se sente como separada.
Ahamkara nos identifica com nossas funcionalidades, mas no entanto também nos trás a sensação de separação, de sofrimento e alienação.
Ahamkara é a entidade que se apodera das experiências vividas. Ele é como uma onda de extrema força que declara “Eu Sou” (Swami Rama)
Uma boa maneira de perceber o funcionamento do Ego é estar ciente de que cada pensamento está acompanhado do sentimento de gosto ou desgosto. Uns produzem aversão maior e outros, menor aversão.
Perceber essa relação de gosto/desgosto é muito importante.
Comece a praticar o controle do Ego pelos sentimentos que tem uma força de menor intensidade.
Ao contrário do que costumam dizer os espiritualistas de maneira geral, o Ego não deve ser aniquilado ou destruído. Ele deve ser conquistado. E através do amor, e não da força.
O Ego da filosofia yogue é, por exemplo, o manequim e não as roupas colocadas nele. Já para o ocidental o ego são as roupas.
Sendo assim, podemos perceber que o Ego tratado na filosofia do yoga é algo muito importante, pois ele é uma espécie de interface entre a consciência e a mente. Sem ele a nossa consciência não conseguiria atuar nesse plano de existência.
O Ego é importantíssimo. O egoísmo (isso é meu) e o egotismo (eu sou o melhor) não.
Buddhi
Buddhi é a mente superior, o aspecto mais elevado da mente.
Buddhi tem a capacidade de decidir, julgar e de fazer discriminações cognitivas e diferenciações. É através de Buddhi que podemos escolher o melhor caminho entre dois cursos de ação e se Buddhi estiver funcionando de maneira clara, Manas irá aceitar o direcionamento.
É Buddhi quem tem que ser o “tomador de decisões”. Temos que cultivar Buddhi, caso contrário, Manas irá seguir os direcionamentos de nossos desejos e impressões armazenadas em Chitta.
A função de discriminar de buddhi é extremamente importante, pois se bem utilizada poderá nos mostrar os opostos com clareza. Ai, com o uso do discernimento, fundamentamos a percepção (por que isso é x? por causa “disso, disso e disso”), aumentando a probabilidade de nossa escolha ser a mais sábia.
No entanto, a mesma capacidade de discriminar acentua até certo ponto a nossa sensação de separatividade, vendo dualidade onde há unidade.
Uma das maneiras de perceber a ação de buddhi é a identificação do que chamamos “intuição”. Geralmente essa intuição é um direcionamento enviado por Buddhi à Manas, mas como não estamos acostumados a ter certeza de nada (pois a natureza de manas é a dúvida), rechaçamos essa intuição na maioria das vezes.
Finalizando
A melhor maneira de coordenar as funções da mente é a constante observação dos pensamentos e sentimentos, atrelados a uma busca constante de associação da mente com a virtude e da meditação.
Não há formula mágica. Viver da melhor maneira possível, sem mascaras, ainda é o melhor remédio.
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Para um maior entendimento, descreveremos brevemente os funcionamentos dessas quatro “partes” de nossa mente.
Manas
Manas é a mente inferior. É ela que interage com o mundo exterior, captando impressões sensoriais e informações. Por natureza, manas questiona e duvida, podendo causar-nos problemas se essa tendência for excessiva.
Manas executa com perfeição o papel de levar direcionamentos, mas não é quem toma as decisões chaves, que está a cargo de Buddhi.
Se as funções de Buddhi estiverem eclipsadas, Manas vai ficar pedindo por um direcionamento e por um bom direcionamento.
De maneira geral, Manas tende a seguir as “vozes” presentes no banco de memória das impressões, Chitta.
Uma boa maneira de coordenar o funcionamento de Manas é vigiar os pensamentos e sentimentos, sem auto-culpa ou auto-corrupção.
Manas não é o chefe, mas o supervisor que dá as ordens diretas aos sentidos cognitivos e ativos.
Chitta
Chitta é o banco de memórias, onde as impressões captadas pelos sentidos são armazenadas.
Se as funções de chitta não estiverem coordenadas, as incontáveis impressões armazenadas e que estão de forma latente tendem a se manifestar de maneira intensa, levando a nossa mente a agir em coisas não tão úteis.
Como a relação de Manas e Buddhi não estão coordenadas, as impressões latentes presentes em Chitta competem entre si na busca pela atenção de Manas, e na maioria das vezes conseguem com que Manas direcione suas informações, em vez das informações provenientes de Buddhi.
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Digamos que a mente é como um lago. Chitta seria o depósito de poeira que entra em contato com a superfície do lago e decanta até se acomodar no leito do lago. Quando a água do lago se agita (quando manas pede uma instrução) os detritos se levantam do leito turvando a água (ações executadas por Manas tendo por base as impressões dos sentidos e referenciais armazenados em Chitta).
Uma boa maneira de testemunhar o funcionamento de Chitta é ficar atento a pensamentos que surgem como uma onda sem causa aparente, por exemplo: uma música que surge “do nada” em sua cabeça, a lembrança de algo sem conexão aparente com a “realidade” ao seu redor.
Percebendo essas emanações fica mais fácil o controle e coordenação de Chitta com as outras funções da mente.
Ahamkara – o Ego
Ahamkara é o senso de individualidade, do Eu. É a entidade que se sente como separada.
Ahamkara nos identifica com nossas funcionalidades, mas no entanto também nos trás a sensação de separação, de sofrimento e alienação.
Ahamkara é a entidade que se apodera das experiências vividas. Ele é como uma onda de extrema força que declara “Eu Sou” (Swami Rama)
Uma boa maneira de perceber o funcionamento do Ego é estar ciente de que cada pensamento está acompanhado do sentimento de gosto ou desgosto. Uns produzem aversão maior e outros, menor aversão.
Perceber essa relação de gosto/desgosto é muito importante.
Comece a praticar o controle do Ego pelos sentimentos que tem uma força de menor intensidade.
Ao contrário do que costumam dizer os espiritualistas de maneira geral, o Ego não deve ser aniquilado ou destruído. Ele deve ser conquistado. E através do amor, e não da força.
O Ego da filosofia yogue é, por exemplo, o manequim e não as roupas colocadas nele. Já para o ocidental o ego são as roupas.
Sendo assim, podemos perceber que o Ego tratado na filosofia do yoga é algo muito importante, pois ele é uma espécie de interface entre a consciência e a mente. Sem ele a nossa consciência não conseguiria atuar nesse plano de existência.
O Ego é importantíssimo. O egoísmo (isso é meu) e o egotismo (eu sou o melhor) não.
Buddhi
Buddhi é a mente superior, o aspecto mais elevado da mente.
Buddhi tem a capacidade de decidir, julgar e de fazer discriminações cognitivas e diferenciações. É através de Buddhi que podemos escolher o melhor caminho entre dois cursos de ação e se Buddhi estiver funcionando de maneira clara, Manas irá aceitar o direcionamento.
É Buddhi quem tem que ser o “tomador de decisões”. Temos que cultivar Buddhi, caso contrário, Manas irá seguir os direcionamentos de nossos desejos e impressões armazenadas em Chitta.
A função de discriminar de buddhi é extremamente importante, pois se bem utilizada poderá nos mostrar os opostos com clareza. Ai, com o uso do discernimento, fundamentamos a percepção (por que isso é x? por causa “disso, disso e disso”), aumentando a probabilidade de nossa escolha ser a mais sábia.
No entanto, a mesma capacidade de discriminar acentua até certo ponto a nossa sensação de separatividade, vendo dualidade onde há unidade.
Uma das maneiras de perceber a ação de buddhi é a identificação do que chamamos “intuição”. Geralmente essa intuição é um direcionamento enviado por Buddhi à Manas, mas como não estamos acostumados a ter certeza de nada (pois a natureza de manas é a dúvida), rechaçamos essa intuição na maioria das vezes.
Finalizando
A melhor maneira de coordenar as funções da mente é a constante observação dos pensamentos e sentimentos, atrelados a uma busca constante de associação da mente com a virtude e da meditação.
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