ZEN DICAS & MUSICAIS

CIRCULO ZEN,

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Apresentamos teorias, informações, previsões, profecias e idéias que devem ser vistas apenas como caráter especulativo. Não queremos doutrinar, afirmar ou convencer ninguém..

Tento colocar um pouquinho de cada coisa que gosto de estudar. São assuntos diversos muitas vezes que nem sei de onde peguei, mas são temas aos quais me identifico. Se o autor de algum texto deparar com ele escrito aqui, não se irrite, ao contrário, lisonjeie-se em saber que alguém admira seu pensamento.

Não há religião superior à verdade, o importante é a nossa convivência de respeito mútuo e amizade, sempre pautados na humildade, no perdão e na soliedaridade.

Autoconhecimento, Filosofia, Espiritualidade, Literatura, Saúde, Culinária, Variedades..

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“Citarei a verdade onde a encontrar”.
(Richard Bach)


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Albert Einstein

circulo zen

27.1.09

O UNIVERSO É MENTAL - O CAIBALION


O universo é mental - O CAIBALION

Essa frase é uma hipótese, não se deve considerá-la como uma verdade, pois perderá sua força. Ela apenas constrói um modelo de universo, não pretende dizer como é o universo em si. É uma suposição de que as propriedades que compartilhamos com a estrutura fundamental do universo é as que experimentamos através da nossa mente. Parte da noção de que, se somos parte do universo, temos em nós uma amostra particular do seu princípio geral. Daí pra diante usa-se um passo temerário, mas muito usado nas ciências e nas deduções matemáticas; o raciocínio indutivo, isto é, partir de uma hipótese particular para uma geral. Então, assim surge o postulado fundamental da magia: "O todo é mente, o universo é mental". Mas não pense que essa mente se restringe apenas ao nosso consciente cotidiano; a nossa mente é muito mais ampla e inexplorada do que essa extensão condicionada e reprimida dela. Se a magia funciona ou não, para sabermos antes temos que ultrapassar essas fronteiras auto-impostas e estender nossa ação consciente às instancias inconscientes de nossa mente, usar os músculos mentais que deixamos inativos por uma vida intelectual sedentária.
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A razão é um processo mental amplo, não se restringe apenas à atividade do consciente. Os processos mentais inconsciente também são providos de sentido, só que esse sentido não é entendido pelo intelecto limitado e apático treinado por nossa educação cerceadora. Somos reféns da lógica aristotélica restritiva e pobre do falso e verdadeiro. Muitos acham que só existe essa lógica e a confundem com a razão no seu significado amplo. Pensam que toda a atividade intelectual se limita apenas ao inócuo intelectualismo escolástico. Comete um grave engano de conceito, quem julga que é o intelecto o "general a postos" que cumpre as tarefas de recalque na economia psíquica. O aparelho psíquico que reprime tem mais a ver com regras morais e religiosas do que com pensamentos racionais, e nem funciona em bases razoáveis. Esse carcereiro, como gosto de chamar, tem um nome dado pela psicanálise: superego. Também deve-se evitar a ingenuidade de pensar que ele seja não mais que um professor de etiqueta severo. Ele é muito mais castrador que isso, inibe até a livre atividade intelectual. É responsável por um esquematizado e geral processo de emburrecimento.
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Então, ao falar em estender nossa ação consciente às instâncias inconscientes, me referia ao que Freud chamou de processo de conscientização e ao que Jung mais amplamente denominou de processo de individuação.
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Outro erro de lógica é concluir "que se o universo é mental, claramente chegamos à conclusão de uma mente única a criar a realidade que nos transcende". O fato de que nossa mente compartilha as propriedades da estrutura fundamental do universo não significa que necessariamente o universo é uma mente. Tomemos muito cuidado para não interpretar uma frase tão sintética e sutil com tanta precipitação. "O todo é mente" absolutamente não é o mesmo que "o todo é uma mente". Veja que a seqüência reitera essa noção sutil: "o universo é mental", significando que o universo tem propriedade de mente, qualidade de mente, não que seja uma mente.
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E, se a conclusão, a partir do postulado, de que o universo é uma mente é forçosa; mais imprópria ainda é que seja transcendente. Não vejo qualquer necessidade de recorrer a conceitos metafísicos para entender esse princípio. O universo e todos os seus mistérios, a mente inclusive, podem ser concebidos de forma imanente, nada sobrenatural, tudo completamente natural. Nada contra a hipótese transcendente, quem quiser adotá-la que adote. Só que para a criação de um conhecimento honesto e efetivo, ela pode ser descartada sem nenhum prejuízo, sua inclusão apenas inflaciona uma teoria. Quanto a alguns alegarem certa transcendência em Freud; digo que toda a sua teoria pretende ter bases biológicas e científicas; a inclusão de qualquer conceito metafísico só contrariaria esse objetivo.
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O fato de não podermos explicar racionalmente certos aspecto do universo não é suficiente para concluirmos que sejam sobrenaturais, transcendentes ou metafísicos. E, mais ainda, que necessariamente precisamos de uma explicação qualquer para conviver com eles, que não somos capazes de enfrentá-los sem uma explicação consoladora, mesmo que seja uma sem nenhum fundamento; a qual devemos aceitar suspendendo todo o questionamento e apelando para a fé, uma crença covarde para não admitir que simplesmente não sabemos, que não temos certeza, que estamos em dúvida. Quando nada nos impede de agir em dúvida, basta ter coragem de tomar uma decisão encarando de frente o risco de errar e o de acertar também.
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Agora, acho que devemos nos posicionar, sim: ter uma opinião, tomar uma decisão. O que não significa que a nossa escolha é a verdadeira e as outras falsas. A nossa opção será apenas aquela que julgamos mais fundamentada no momento. E podemos estar enganados quanto a isso. Mas essa dúvida não nos impede de escolher e levar a diante as conseqüências. É dessa coragem que falo, de agir na dúvida; sendo justo o que a fé evita a qualquer custo. Por isso chamo a fé, de uma forma covarde de viver: só agir quando alguma coisa lhe dá a ilusória certeza de acerto e você não tem que enfrentar a possibilidade de erro. Assim, temerariamente você negligencia esse risco, não o leva conta. E se eventualmente a sua certeza redunda em fracasso, você terá logo um bode expiatório para se eximir de responsabilidade: aquilo que lhe deu certeza.
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Contudo, muitos levam adiante a tese de que “os fins justificam os meios”, não percebem que o lema oposto é muito mais eficiente; “os meios justificam os fins”. Aliás, os fins são apenas a totalização dos meios. O objetivo não é para ser atingido, é para ser construído passo a passo. Não dá para fazer como o muitos por aí que, desejando ter “músculos” poderosos, pagam para que pratiquem os exercícios por eles. É ridículo, mas muita gente age desta maneira querendo atingir os fins sem passar pelos meios. Veja o caso das cirurgias plásticas, lipoaspirações, implantes de silicone e afins; onde chega-se a uma aparência física sem nenhuma forma física. Tudo para manter uma vida sedentária, sem as “exaustivas” atividades físicas, os “desagradáveis” cuidados com a alimentação e a “perda de tempo” com as oito horas diárias de sono natural. Também há uma convicção geral, até mesmo de alguns professores, que a boa nota numa prova é a meta do estudante. Esse tipo de pensamento justifica o uso de diversos “macetes”, inclusive a cola; são ardis para burlar as “exigentes” etapas de aprendizado, das quais as boas notas deveriam ser uma conseqüência e não a causa. Com um gabarito obtido por qualquer tipo de revelação, a boa nota e o diploma não serão garantia de mérito, a competência será uma pretensiosa ilusão. Respostas e verdades reveladas não treinam, nem desenvolvem nossas potencialidades, não nos preparam para enfrentar situações inesperadas ou solucionar problemas novos. Se só nos valermos delas, passaremos a vida através de contribuições plagiárias e explorações em terrenos conhecidos. Não basta apenas encontrar em algum lugar o resultado 4 para a operação "2 + 2 =" e apresentá-lo com pompa e circunstância; aprender a calcular uma pressupõe adquirir o manejo para efetuar qualquer soma, não somente a que nos foi solicitada.
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A nenhum praticante das ciências herméticas será concedido direito sem mérito, o simples fato de termos nascido entre humanos não garante acesso imediato aos mistérios, como nenhum atleta será um recordista autêntico sem ter treinado muito e exercitado ao máximo seu talento. Exercer e demonstrar o potencial que temos, eis a honra. Um homem sem honra é aquele que se acovarda diante das oportunidades e nunca faz uso de seu poder.
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“A posse do Conhecimento sem ser acompanhada de uma manifestação ou expressão em Ação é como o amontoamento de metais preciosos, uma coisa vã e tola. O Conhecimento é, como a riqueza, destinado ao Uso. A Lei do Uso é Universal, e aquele que viola esta lei sofre por causa do seu conflito com as forças naturais”.— O CAIBALION
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Assim a atividade hermética não é uma busca por palavras de passe ou a observância de regras impostas de moral por uma suposta divindade, para que ela lhe traga a revelação. Esses exemplos de atitudes passivas conduzem à franqueza e à dependência. O saber oculto advém do exercício das faculdades cognitivas, é o desenvolvimento de nossos músculos mentais que nos dará a força necessária para mover montanhas. Pois como diz o Caibalion:
“O Todo é mente, o universo é mental”.


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