.. “assim como é em cima, é embaixo” da Tabula Smaragdina - ou talvez tenha lido numa revista científica, que a teoria de Einstein implica tanto na relatividade como “na finitude do Universo”.
Agora, a recente teoria das cordas da ciência quântica, “introduz um quantum mínimo de comprimento como nova constante fundamental da Natureza, tornando insustentável o conceito de uma gênese a partir do Big Bang” [Scientific American, Brasil, junho 2004]. Isto indicaria já ter existido um Universo antes do Big Bang; e o nosso Universo “poderia ter passado por um ciclo de morte e renascimento”.
Vemos assim a ciência quântica aproximar-se cada vez mais dos conceitos da antiga ciência hermética [Cf. Hermes Trismegistos]. Por isso, vamos desvelar aqui outros níveis de significados encerrados nos axiomas da Tabula Smaragdina, através da obra “A Arqui-Gnosis Egípcia” de J. van Rijckenborgh, cuja consciência iluminada nos pôde dar a chave para melhor compreendê-los. Veja por si mesmo.
“A Tabula Smaragdina”
Introdução de J. van Rijckenborg
“Vamos confrontar-vos com um testemunho dos Antigos, conhecido pelo nome de Tabula Smaragdina, a Lápide Esmeraldina.
Em conexão com a Lápide Esmeraldina, existem lendas que talvez vos sejam conhecidas. A lápide, neste caso, significa uma pedra de sepulcro coberta de inscrições, contendo a revelação da sabedoria tradicional dos Antigos. Assim, esta sabedoria primordial clássica fora gravada em uma lápide. E por trás dela foi encontrado o corpo intacto de Hermes Trismegistos.
Esse relato nos lembra, de imediato, a placa de bronze do templo sepulcral de Cristão Rosacruz, repleta de fórmulas da Sabedoria Universal, lápide detrás da qual, em analogia perfeita com a Tabula Smaragdina, encontraram o corpo intacto do nosso Pai e Irmão C.R.C. [Cristão Rosa-Cruz], com todos os seus ornamentos.
Valentim Andreae e seus irmãos, ao compor a Fama Fraternitatis, certamente não pretendiam apresentar uma obra original. E nem poderiam porque o Chamado da Fraternidade sempre foi o mesmo através das idades, e deve continuar sendo assim, contendo a absoluta repetição da sabedoria da Gnosis original.
A primeira coisa que nos impressiona nesse testemunho dos Antigos, que agora examinaremos, é o fato de tratar-se de uma lápide esmeraldina. Sabeis que a esmeralda é uma pedra preciosa de cor verde, toda particular. Pedras preciosas, assim como os metais, possuem a propriedade de acolher vibrações e radiações, concentrá-las e irradiá-las.
No entanto, nem todas as pedras ou todos os metais, possuem polaridade com as mesmas vibrações. Cada metal e cada pedra, possui característica e qualidade específicas. Eis a razão pela qual, na antiga prática por exemplo da ciência oculta, essas propriedades dos metais, pedras e cores, eram freqüentemente utilizadas, e ainda hoje se procura ativar certas radiações e neutralizar os efeitos de outras.
A Bíblia, em vários lugares, fala também de pedras preciosas. Citemos apenas a cidade que, no Livro do Apocalipse, é chamada de “Nova Jerusalém”. Ali é dito, que suas doze portas eram adornadas de maneira especial com pedras preciosas, para deixar claro o fato de que as radiações que iluminam, auxiliam e fortalecem, entram por essas doze portas, de modo que, em conseqüência disso, a cidade não necessitava da luz do Sol e da Lua para iluminá-la.”
“A cor, a força e a radiação, que se pode chamar de esmeralda, indica portanto uma base, um princípio absoluto, um alicerce, sem o qual nada pode ser iniciado.
E assim, a Tabula Smaragdina – a Lápide Esmeraldina – indica um princípio absoluto da filosofia hermética. Sem essa chave, a antiga Sabedoria da Gnosis jamais poderia ser compreendida.
Assim pensaram os sábios herméticos a respeito do nome Tabula Smaragdina!”
O Texto da Tabula Smaragdina
Hermes Trismegistos
“É verdade! É certo! É a verdade toda!
O que está embaixo é igual ao que está em cima,
e o que está em cima é igual ao que está embaixo,
a fim de que os milagres do Uno se realizem.
E assim como todas as coisas
foram criadas pelo Uno, através de um mediador,
assim também todas nasceram desse único casamento.
O seu Pai é o Sol; a sua Mãe é a Lua.
O ar as teve em seu regaço. E sua ama foi a Terra.
O Pai de todos os talismãs, é onipresente no mundo.
O seu Poder permanece intacto, quando aplicado na Terra.
Separa com imenso amor, grande discernimento e grande sabedoria,
a terra do Fogo, o que é de textura delicada do que é duro,
denso e inanimado.
Da terra sobe aos Céus, e de lá desce novamente à terra,
e adquirirás o poder do que está em cima, e do que está embaixo.
Possuirás assim a glória do mundo todo e, por isso,
toda a treva fugirá de ti.
Essa é a mais poderosa Força de todas as forças,
porque vencerá tudo o que é brando,
e interpenetrará tudo o que é duro.
Assim o mundo é criado. E dele se originarão,
do mesmo modo, criações maravilhosas.
Por isso, eu fui chamado Hermes, o três vezes grande,
porque possuo os três aspectos da Doutrina da Sabedoria mundial.
Completo é o que eu disse sobre a preparação do ouro,
e a eficácia do Sol espiritual”.
“Como vedes, a Tabula Smaragdina, a Lápide Esmeraldina, a pedra sepulcral por trás da qual estava o sepulcro do nobre corpo intacto de Hermes Trismegistos, começa com as palavras: “É verdade! É certo! É a verdade toda!”, portanto, com a tríplice afirmação das fórmulas da sabedoria, mencionada na Pedra sagrada.
Se considerarmos superficialmente essas palavras iniciais, parecer-nos-á que não deixam de ser supérfluas e até contrárias ao bom senso objetivo. Não bastaria o autor dizer: “O conteúdo está de inteiro acordo com a verdade”?!
Não. Não bastaria! E isso porque essa tríplice afirmação se relaciona com uma fórmula mágica, de profundo significado. A primeira sentença, quer expressar que a verdade de que testifica a Tabula Smaragdina, pode ser plenamente confirmada pela experiência direta da personalidade, em seu próprio sistema microcósmico.
Quando o homem hermético diz: “É verdade!”, afirma algo totalmente diverso do que faz o homem natural, dialético. O homem hermético fala e testifica da verdade somente após trilhar a Senda, experienciar e comprovar os valores em questão.
E nós, ao ouvirmos esse testemunho do verdadeiro homem mago, poderemos também crer e confiar na plena exatidão de sua palavra, só quando trilharmos e experienciarmos a Senda, e poder confirmar com jubilosa certeza: É verdade!
A verdade só tem valor e é real para vós, quando a experimentais e a vivenciais de primeira mão. Para que vos serviria uma verdade que não seguis e nem viveis?
A verdade por si mesma não pode libertar à ninguém, sem mais nem menos. Mas, pode constituir-se em juiz, ou seja, alguém pode entrar em conflito com a verdade, quando tenta seguir um caminho próprio. Contudo, tão logo procure aproximar-se da verdade, torná-la um fator vivente em sua existência, evidenciá-la em seu modo de vida pessoal, já começa a libertar-se do seu julgamento.
Eis por que, quem se conduz ainda pelo Velho Testamento, tem toda a razão em temer a verdade e recear seu julgamento, enquanto que aquele que vive e age pelo Novo Testamento, praticando a verdade, passa a amá-la extremamente.
Quanto em seguida é dito: “É certo”! Isto significa que a verdade só pode ser alcançada por experiência própria de cada um, e assim sendo, qualquer elemento filosófico-especulativo pessoal, conservar-vos-á afastados da verdade.
Como sabeis, a moderna Escola Espiritual [da Rosacruz] freqüentemente vos tem afirmado, que a filosofia dialética é quase toda especulativa. Por isso, existem tantos sistemas filosóficos contraditórios. E ainda que, esses sistemas evidenciem às vezes elevado nível de pensamento, e mesmo ilimitado anseio pela verdade, tais sistemas estão, na realidade, bem distantes dela!
A verdade de que o homem hermético testifica é, em primeiro lugar, o resultado de sua própria experiência; em segundo lugar, a verdade livre de todo elemento especulativo [teológico ou filosófico]; e, em terceiro, tem que ser a verdade toda. Só quando a verdade for plena, completa, é que pode tornar-se libertadora.
O homem comum dialético freqüentemente diz: “O que é verdade para você, não é necessariamente verdade para mim”. Com isso, pretende-se dizer que as assim chamadas verdades, muitas vezes se contradizem ou procuram impor-se neste mundo. Isto demonstra que o homem desta natureza, lutando em solidão, segue freqüentemente uma via que pode ser necessária e veraz para ele mesmo, mas inteiramente inútil e mesmo prejudicial para outra pessoa.
No entanto, a plena verdade no sentido hermético é universal, relaciona-se com todos, e é destinada ao mundo e à toda a humanidade.”
“Por isso, já deste início a Tabula Smaragdina declara: Não vos falamos de uma verdade que, em dado momento, foi de grande importância para certa pessoa, talvez como descrição romântica de um curso de vida. Falamo-vos da verdade que precisa ser experimentada, livre de toda especulação intelectual; uma verdade inteiramente abrangente, no sentido de ser destinada à toda a raça humana.
Eis aí a tríplice verdade, plena e inatacável, contida na Tabula Smaragdina. E esta prossegue, dizendo:
“O que está embaixo é igual ao que está em cima, e o que está em cima é igual ao que está embaixo, a fim de que os milagres do Uno se realizem. E assim como todas as coisas foram criadas pelo Uno, através de um mediador, assim também todas nasceram desse único casamento”.
Podeis reconhecer nessas palavras, o famoso axioma hermético: “Assim como é em cima, é embaixo”. E seria bom parar para refletir sobre esse axioma porque, olhado de modo superficial, parece existir certa inconsistência nesta proposição tão extraordinária.
Torna-se inadmissível pensar que, de algum modo, o verdadeiro reino da Luz, com sua glória e Divindade, possa projetar-se neste campo dialético, no sentido de que a natureza dialética seja dele uma evidência. Existe, ao contrário, enorme conflito entre o “em cima” da Gnosis, e aqui “embaixo” da natureza da morte.
Assim, se levarmos isso em conta, é preciso encarar o axioma hermético de uma visão inteiramente diversa do ponto de vista do homem comum, dialético. E, também do homem ocultista, que tende a fazer interpretações próprias, errôneas.
O ocultista tenta empregar a filosofia hermética, voltado para o desenvolvimento do reinado do próprio eu, na tentativa de justificar seus esforços egocêntricos, como se isto fosse bom. E afirma seguir os caminhos de Deus, procurando tornar igual o “como é embaixo” com o “assim é em cima” -, o que, segundo esta natureza dialética, é totalmente impossível.
Se partirmos da certeza interior, de que na Tabula Smaragdina encontra-se a sabedoria absoluta, então poderemos estabelecer em um segundo, mediante este mesmo axioma hermético, que na onimanifestação está ativo um grande conflito. O “assim como é embaixo” certamente não é como o “também é em cima”!
Vede que é tal o poder da Tabula Smaragdina, que nos coloca imediatamente diante desse grande conflito da onimanifestação. E não somente para evidenciar esse conflito, porém mais para trazer à luz o fato de que este pode ser eliminado, no homem e no mundo, sim, que deve e pode ser eliminado. E, desse axioma hermético, surge a grande missão da Tabula Smaragdina.
Tudo na onimanifestação, chega ao seu devir através da Força de Deus. Assim, torna-se evidente que, em seu estado corrompido, pode também desaparecer na Força de Deus, ou elevar-se de novo ao seu estado original. E, portanto, nessa Força, pode também chegar à transfiguração!
Assim sendo, o axioma hermético contém em si e nos oferece o grande mistério da salvação, como fórmula científica, como tese inatacável: Quando vos ligais à maravilhosa Força do Espírito do Amor, com o Pimandro, nome que significa “pastor” ou “guia do homem”, então, e não poderia ser de outro modo, o que é inferior torna-se igual ao que é superior.”
“Eis por que a Tabula Smaragdina continua assim:
“O seu Pai é o Sol; a sua Mãe é a Lua.
O ar as teve em seu regaço. E sua ama foi a Terra.
O Pai de todos os talismãs, é onipresente no mundo.
O seu Poder permanece intacto, quando aplicado na Terra”.
Vede que maravilha de clareza resumida nesta formulação! O autor diz: Prestai atenção, existem dois pais! O pai deste campo da natureza e o Pai do reino do Espírito. O pai do campo da natureza, deve renascer do Pai do reino do Espírito, e ser por Ele mantido.
No entanto, pode ocorrer que um ser humano queira viver inteiramente deste campo da natureza – o que é possível, visto que o reino da natureza é também um campo de criação, completo em si mesmo. E venha a mergulhar totalmente neste mundo, esquecendo-se e abandonando o Pai do reino do Espírito, como é o caso da humanidade dialética.
A partir desse exato momento, desenvolve-se um conflito devido ao fato de que, o “assim como é embaixo”, não é mais “como é em cima”! E começa então o endurecimento do corpo racial, acompanhado de outras cristalizações do homem natural, que se afastou do reino do Espírito.
Por conseguinte, deve vir uma solução, uma salvação. Existe esta possibilidade de salvação, porque: “O Pai de todos os talismãs é onipresente no mundo. O seu Poder permanece intacto, quando aplicado na terra”.
Se vós também quiserdes aplicar esse poder, ouvi o preceito que vos dá a Tabula Smaragdina – a Lápide Esmeraldina:
“Separa com imenso amor, grande discernimento e grande sabedoria, a terra do Fogo, o que é de textura delicada do que é duro, denso e inanimado. Da terra sobe aos Céus e de lá desce novamente à terra, adquirindo assim o poder do que está em cima e do que está embaixo. Possuirás, assim, a glória do mundo todo, e portanto toda a treva fugirá de ti”.
Por isso, na Força do Alento do Amor de Deus, a Força da Gnosis, atacai todo o vosso ser desta natureza, que está separado do Pai do Todo, o Espírito. Trilhai a Senda da Endura, a senda da grande conversão… E podeis estar seguros do sucesso. Pois aquele que, plenamente consciente, se submete à mais poderosa Força de todas as forças, obterá um dia a vitória.
E então, aquilo que a antiga Gnosis proclamou no que se refere à preparação do ouro, a atividade do Sol Espiritual, cumprir-se-á também em vós”. [.]
Agora, a recente teoria das cordas da ciência quântica, “introduz um quantum mínimo de comprimento como nova constante fundamental da Natureza, tornando insustentável o conceito de uma gênese a partir do Big Bang” [Scientific American, Brasil, junho 2004]. Isto indicaria já ter existido um Universo antes do Big Bang; e o nosso Universo “poderia ter passado por um ciclo de morte e renascimento”.
Vemos assim a ciência quântica aproximar-se cada vez mais dos conceitos da antiga ciência hermética [Cf. Hermes Trismegistos]. Por isso, vamos desvelar aqui outros níveis de significados encerrados nos axiomas da Tabula Smaragdina, através da obra “A Arqui-Gnosis Egípcia” de J. van Rijckenborgh, cuja consciência iluminada nos pôde dar a chave para melhor compreendê-los. Veja por si mesmo.
“A Tabula Smaragdina”
Introdução de J. van Rijckenborg
“Vamos confrontar-vos com um testemunho dos Antigos, conhecido pelo nome de Tabula Smaragdina, a Lápide Esmeraldina.
Em conexão com a Lápide Esmeraldina, existem lendas que talvez vos sejam conhecidas. A lápide, neste caso, significa uma pedra de sepulcro coberta de inscrições, contendo a revelação da sabedoria tradicional dos Antigos. Assim, esta sabedoria primordial clássica fora gravada em uma lápide. E por trás dela foi encontrado o corpo intacto de Hermes Trismegistos.
Esse relato nos lembra, de imediato, a placa de bronze do templo sepulcral de Cristão Rosacruz, repleta de fórmulas da Sabedoria Universal, lápide detrás da qual, em analogia perfeita com a Tabula Smaragdina, encontraram o corpo intacto do nosso Pai e Irmão C.R.C. [Cristão Rosa-Cruz], com todos os seus ornamentos.
Valentim Andreae e seus irmãos, ao compor a Fama Fraternitatis, certamente não pretendiam apresentar uma obra original. E nem poderiam porque o Chamado da Fraternidade sempre foi o mesmo através das idades, e deve continuar sendo assim, contendo a absoluta repetição da sabedoria da Gnosis original.
A primeira coisa que nos impressiona nesse testemunho dos Antigos, que agora examinaremos, é o fato de tratar-se de uma lápide esmeraldina. Sabeis que a esmeralda é uma pedra preciosa de cor verde, toda particular. Pedras preciosas, assim como os metais, possuem a propriedade de acolher vibrações e radiações, concentrá-las e irradiá-las.
No entanto, nem todas as pedras ou todos os metais, possuem polaridade com as mesmas vibrações. Cada metal e cada pedra, possui característica e qualidade específicas. Eis a razão pela qual, na antiga prática por exemplo da ciência oculta, essas propriedades dos metais, pedras e cores, eram freqüentemente utilizadas, e ainda hoje se procura ativar certas radiações e neutralizar os efeitos de outras.
A Bíblia, em vários lugares, fala também de pedras preciosas. Citemos apenas a cidade que, no Livro do Apocalipse, é chamada de “Nova Jerusalém”. Ali é dito, que suas doze portas eram adornadas de maneira especial com pedras preciosas, para deixar claro o fato de que as radiações que iluminam, auxiliam e fortalecem, entram por essas doze portas, de modo que, em conseqüência disso, a cidade não necessitava da luz do Sol e da Lua para iluminá-la.”
“A cor, a força e a radiação, que se pode chamar de esmeralda, indica portanto uma base, um princípio absoluto, um alicerce, sem o qual nada pode ser iniciado.
E assim, a Tabula Smaragdina – a Lápide Esmeraldina – indica um princípio absoluto da filosofia hermética. Sem essa chave, a antiga Sabedoria da Gnosis jamais poderia ser compreendida.
Assim pensaram os sábios herméticos a respeito do nome Tabula Smaragdina!”
O Texto da Tabula Smaragdina
Hermes Trismegistos
“É verdade! É certo! É a verdade toda!
O que está embaixo é igual ao que está em cima,
e o que está em cima é igual ao que está embaixo,
a fim de que os milagres do Uno se realizem.
E assim como todas as coisas
foram criadas pelo Uno, através de um mediador,
assim também todas nasceram desse único casamento.
O seu Pai é o Sol; a sua Mãe é a Lua.
O ar as teve em seu regaço. E sua ama foi a Terra.
O Pai de todos os talismãs, é onipresente no mundo.
O seu Poder permanece intacto, quando aplicado na Terra.
Separa com imenso amor, grande discernimento e grande sabedoria,
a terra do Fogo, o que é de textura delicada do que é duro,
denso e inanimado.
Da terra sobe aos Céus, e de lá desce novamente à terra,
e adquirirás o poder do que está em cima, e do que está embaixo.
Possuirás assim a glória do mundo todo e, por isso,
toda a treva fugirá de ti.
Essa é a mais poderosa Força de todas as forças,
porque vencerá tudo o que é brando,
e interpenetrará tudo o que é duro.
Assim o mundo é criado. E dele se originarão,
do mesmo modo, criações maravilhosas.
Por isso, eu fui chamado Hermes, o três vezes grande,
porque possuo os três aspectos da Doutrina da Sabedoria mundial.
Completo é o que eu disse sobre a preparação do ouro,
e a eficácia do Sol espiritual”.
“Como vedes, a Tabula Smaragdina, a Lápide Esmeraldina, a pedra sepulcral por trás da qual estava o sepulcro do nobre corpo intacto de Hermes Trismegistos, começa com as palavras: “É verdade! É certo! É a verdade toda!”, portanto, com a tríplice afirmação das fórmulas da sabedoria, mencionada na Pedra sagrada.
Se considerarmos superficialmente essas palavras iniciais, parecer-nos-á que não deixam de ser supérfluas e até contrárias ao bom senso objetivo. Não bastaria o autor dizer: “O conteúdo está de inteiro acordo com a verdade”?!
Não. Não bastaria! E isso porque essa tríplice afirmação se relaciona com uma fórmula mágica, de profundo significado. A primeira sentença, quer expressar que a verdade de que testifica a Tabula Smaragdina, pode ser plenamente confirmada pela experiência direta da personalidade, em seu próprio sistema microcósmico.
Quando o homem hermético diz: “É verdade!”, afirma algo totalmente diverso do que faz o homem natural, dialético. O homem hermético fala e testifica da verdade somente após trilhar a Senda, experienciar e comprovar os valores em questão.
E nós, ao ouvirmos esse testemunho do verdadeiro homem mago, poderemos também crer e confiar na plena exatidão de sua palavra, só quando trilharmos e experienciarmos a Senda, e poder confirmar com jubilosa certeza: É verdade!
A verdade só tem valor e é real para vós, quando a experimentais e a vivenciais de primeira mão. Para que vos serviria uma verdade que não seguis e nem viveis?
A verdade por si mesma não pode libertar à ninguém, sem mais nem menos. Mas, pode constituir-se em juiz, ou seja, alguém pode entrar em conflito com a verdade, quando tenta seguir um caminho próprio. Contudo, tão logo procure aproximar-se da verdade, torná-la um fator vivente em sua existência, evidenciá-la em seu modo de vida pessoal, já começa a libertar-se do seu julgamento.
Eis por que, quem se conduz ainda pelo Velho Testamento, tem toda a razão em temer a verdade e recear seu julgamento, enquanto que aquele que vive e age pelo Novo Testamento, praticando a verdade, passa a amá-la extremamente.
Quanto em seguida é dito: “É certo”! Isto significa que a verdade só pode ser alcançada por experiência própria de cada um, e assim sendo, qualquer elemento filosófico-especulativo pessoal, conservar-vos-á afastados da verdade.
Como sabeis, a moderna Escola Espiritual [da Rosacruz] freqüentemente vos tem afirmado, que a filosofia dialética é quase toda especulativa. Por isso, existem tantos sistemas filosóficos contraditórios. E ainda que, esses sistemas evidenciem às vezes elevado nível de pensamento, e mesmo ilimitado anseio pela verdade, tais sistemas estão, na realidade, bem distantes dela!
A verdade de que o homem hermético testifica é, em primeiro lugar, o resultado de sua própria experiência; em segundo lugar, a verdade livre de todo elemento especulativo [teológico ou filosófico]; e, em terceiro, tem que ser a verdade toda. Só quando a verdade for plena, completa, é que pode tornar-se libertadora.
O homem comum dialético freqüentemente diz: “O que é verdade para você, não é necessariamente verdade para mim”. Com isso, pretende-se dizer que as assim chamadas verdades, muitas vezes se contradizem ou procuram impor-se neste mundo. Isto demonstra que o homem desta natureza, lutando em solidão, segue freqüentemente uma via que pode ser necessária e veraz para ele mesmo, mas inteiramente inútil e mesmo prejudicial para outra pessoa.
No entanto, a plena verdade no sentido hermético é universal, relaciona-se com todos, e é destinada ao mundo e à toda a humanidade.”
“Por isso, já deste início a Tabula Smaragdina declara: Não vos falamos de uma verdade que, em dado momento, foi de grande importância para certa pessoa, talvez como descrição romântica de um curso de vida. Falamo-vos da verdade que precisa ser experimentada, livre de toda especulação intelectual; uma verdade inteiramente abrangente, no sentido de ser destinada à toda a raça humana.
Eis aí a tríplice verdade, plena e inatacável, contida na Tabula Smaragdina. E esta prossegue, dizendo:
“O que está embaixo é igual ao que está em cima, e o que está em cima é igual ao que está embaixo, a fim de que os milagres do Uno se realizem. E assim como todas as coisas foram criadas pelo Uno, através de um mediador, assim também todas nasceram desse único casamento”.
Podeis reconhecer nessas palavras, o famoso axioma hermético: “Assim como é em cima, é embaixo”. E seria bom parar para refletir sobre esse axioma porque, olhado de modo superficial, parece existir certa inconsistência nesta proposição tão extraordinária.
Torna-se inadmissível pensar que, de algum modo, o verdadeiro reino da Luz, com sua glória e Divindade, possa projetar-se neste campo dialético, no sentido de que a natureza dialética seja dele uma evidência. Existe, ao contrário, enorme conflito entre o “em cima” da Gnosis, e aqui “embaixo” da natureza da morte.
Assim, se levarmos isso em conta, é preciso encarar o axioma hermético de uma visão inteiramente diversa do ponto de vista do homem comum, dialético. E, também do homem ocultista, que tende a fazer interpretações próprias, errôneas.
O ocultista tenta empregar a filosofia hermética, voltado para o desenvolvimento do reinado do próprio eu, na tentativa de justificar seus esforços egocêntricos, como se isto fosse bom. E afirma seguir os caminhos de Deus, procurando tornar igual o “como é embaixo” com o “assim é em cima” -, o que, segundo esta natureza dialética, é totalmente impossível.
Se partirmos da certeza interior, de que na Tabula Smaragdina encontra-se a sabedoria absoluta, então poderemos estabelecer em um segundo, mediante este mesmo axioma hermético, que na onimanifestação está ativo um grande conflito. O “assim como é embaixo” certamente não é como o “também é em cima”!
Vede que é tal o poder da Tabula Smaragdina, que nos coloca imediatamente diante desse grande conflito da onimanifestação. E não somente para evidenciar esse conflito, porém mais para trazer à luz o fato de que este pode ser eliminado, no homem e no mundo, sim, que deve e pode ser eliminado. E, desse axioma hermético, surge a grande missão da Tabula Smaragdina.
Tudo na onimanifestação, chega ao seu devir através da Força de Deus. Assim, torna-se evidente que, em seu estado corrompido, pode também desaparecer na Força de Deus, ou elevar-se de novo ao seu estado original. E, portanto, nessa Força, pode também chegar à transfiguração!
Assim sendo, o axioma hermético contém em si e nos oferece o grande mistério da salvação, como fórmula científica, como tese inatacável: Quando vos ligais à maravilhosa Força do Espírito do Amor, com o Pimandro, nome que significa “pastor” ou “guia do homem”, então, e não poderia ser de outro modo, o que é inferior torna-se igual ao que é superior.”
“Eis por que a Tabula Smaragdina continua assim:
“O seu Pai é o Sol; a sua Mãe é a Lua.
O ar as teve em seu regaço. E sua ama foi a Terra.
O Pai de todos os talismãs, é onipresente no mundo.
O seu Poder permanece intacto, quando aplicado na Terra”.
Vede que maravilha de clareza resumida nesta formulação! O autor diz: Prestai atenção, existem dois pais! O pai deste campo da natureza e o Pai do reino do Espírito. O pai do campo da natureza, deve renascer do Pai do reino do Espírito, e ser por Ele mantido.
No entanto, pode ocorrer que um ser humano queira viver inteiramente deste campo da natureza – o que é possível, visto que o reino da natureza é também um campo de criação, completo em si mesmo. E venha a mergulhar totalmente neste mundo, esquecendo-se e abandonando o Pai do reino do Espírito, como é o caso da humanidade dialética.
A partir desse exato momento, desenvolve-se um conflito devido ao fato de que, o “assim como é embaixo”, não é mais “como é em cima”! E começa então o endurecimento do corpo racial, acompanhado de outras cristalizações do homem natural, que se afastou do reino do Espírito.
Por conseguinte, deve vir uma solução, uma salvação. Existe esta possibilidade de salvação, porque: “O Pai de todos os talismãs é onipresente no mundo. O seu Poder permanece intacto, quando aplicado na terra”.
Se vós também quiserdes aplicar esse poder, ouvi o preceito que vos dá a Tabula Smaragdina – a Lápide Esmeraldina:
“Separa com imenso amor, grande discernimento e grande sabedoria, a terra do Fogo, o que é de textura delicada do que é duro, denso e inanimado. Da terra sobe aos Céus e de lá desce novamente à terra, adquirindo assim o poder do que está em cima e do que está embaixo. Possuirás, assim, a glória do mundo todo, e portanto toda a treva fugirá de ti”.
Por isso, na Força do Alento do Amor de Deus, a Força da Gnosis, atacai todo o vosso ser desta natureza, que está separado do Pai do Todo, o Espírito. Trilhai a Senda da Endura, a senda da grande conversão… E podeis estar seguros do sucesso. Pois aquele que, plenamente consciente, se submete à mais poderosa Força de todas as forças, obterá um dia a vitória.
E então, aquilo que a antiga Gnosis proclamou no que se refere à preparação do ouro, a atividade do Sol Espiritual, cumprir-se-á também em vós”. [.]
[Cf. A Arqui-Gnosis Egípcia, vol. I, cap. II, J. van Rijckenborgh, Editora Rosacruz, 1984].
Leia também: “Hermes Trismegistos” – [por J. van Rijckenborgh]
http://www.magisterlux.com/site//?p
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