ZEN DICAS & MUSICAIS

CIRCULO ZEN,

Sejam bem vindos ao ZEN DICAS & MUSICAIS.


Apresentamos teorias, informações, previsões, profecias e idéias que devem ser vistas apenas como caráter especulativo. Não queremos doutrinar, afirmar ou convencer ninguém..

Tento colocar um pouquinho de cada coisa que gosto de estudar. São assuntos diversos muitas vezes que nem sei de onde peguei, mas são temas aos quais me identifico. Se o autor de algum texto deparar com ele escrito aqui, não se irrite, ao contrário, lisonjeie-se em saber que alguém admira seu pensamento.

Não há religião superior à verdade, o importante é a nossa convivência de respeito mútuo e amizade, sempre pautados na humildade, no perdão e na soliedaridade.

Autoconhecimento, Filosofia, Espiritualidade, Literatura, Saúde, Culinária, Variedades..

Tudo isso acompanhado de uma Zen Trilha Sonora com muito Alto Astral.



“Citarei a verdade onde a encontrar”.
(Richard Bach)


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NUNCA PERCA A CURIOSIDADE SOBRE O SAGRADO!

Albert Einstein

circulo zen

18.5.09

2. LIBERDADE


2. LIBERDADE



Frade apóstata, herético impenitente, pertinaz e obstinado. Com essa sentença, a Inquisição Romana pensou ter dado um fim à existência de Giordano Bruno. O tempo seguiria seu curso; a Igreja continuaria tranqüila e a História não mais falaria de um homem considerado um marginal em seu tempo.

Tudo podia se dar dessa forma se a História e a Filosofia fossem apenas palavras ditas à solta ainda que bem articuladas.

Esqueceram-se não apenas dos conceitos éticos e preceitos da religião à qual diziam defender, mas sobretudo do espírito: aquele que anima todas as coisas e se concretiza na História. Aquele que parece tudo permitir, mas que segue o caminho da Justiça. Negaram a vida e a tolerância, reafirmando a morte, que nos sermões proferidos aos fiéis diziam não existir.

Esqueceram-se do fundamento comum a todos os credos:

“... enquanto considerarmos mais profundamente o ser, e a substância daquilo em que somos imutáveis, ficaremos cientes que não existe a morte, não só para nós mas também para qualquer substância, enquanto nada diminui substancialmente, mas tudo, deslizando pelo espaço infinito, muda de aparência.” 94

Esquecimento e lembrança não são argumentos para uma análise filosófica, assim diriam os “doutores de Oxford”. E de fato não o são. Sobretudo a Filosofia produzida nas academias, mas podem ser válidos para um questionamento humano, porque cheio de emoções, sentimentos e ações concretas, como uma condenação ou um julgamento. Queiramos ou não, assim é a História e também a Filosofia.

Embora o fundamento do processo estivesse centrado no questionamento dos dogmas católicos e no combate à religião institucionalizada, tornava-se necessário dar uma base jurídica à condenação do Filósofo, para que mais tarde ele fosse entregue ao braço secular.95 Desta forma, a condenação assume uma perspectiva metafísica, porque ligada à religião; e política, porque ligada ao Estado ou à autoridade secular.

De acordo com Vítor Matos de Sá, numa introdução a Acerca do Infinito, do Universo e dos Mundos, a condenação de Giordano Bruno “jogou a vocação da pessoa humana nas fronteiras da sua vocação filosófica (tanto teórica quanto prática – desde os princípios objectivos às suas mediações inter-subjectivas)(sic).” Homem e filósofo tornaram-se marginais em seu tempo, quando expulso da comunidade religiosa e acadêmica. Deu-se uma separação entre teoria e prática; não havia mais espaço para o direito fundamental: a vida.

Giordano Bruno não poderia optar pela religião ou pela academia, porque suas fronteiras se tornaram estreitas e o caminho não conduzia à Verdade tão procurada pelo Filósofo. Restava-lhe única opção, a mais radical entre todas as que surgiram em seu caminho durante vida errante pela Europa: a opção pela liberdade, que fatalmente o conduziria à execração pública e à morte.

Morreu para defender a sua fé na Natureza Divina do Mundo, como expressão do Criador. Morreu pelo que trazia dentro de si: o “amor heróico” à Vida e à Liberdade.

“E assim, à luz da própria morte, é ele quem põe à prova, com a missão da sua vida, algo da nossa vocação filosófica, algo de sentido (imanente e transcendente, histórico e espiritual) da nossa própria existência.” 96

Passamos a discutir agora o peso histórico e o erro filosófico contidos na sua condenação
.

(94) Giordano Bruno, O Infinito, o Universo e os Mundos, 1978, p. 12
(95) Devemos observar que havia uma íntima ligação do Santo Ofício com as autoridades seculares; todos os hereges recebiam também a condenação da autoridade secular. Isso justificava a execração pública, a prisão seguida de métodos de tortura, o afastamento da comunidade e a morte na fogueira.
(96) Vítor Matos de Sá, in: Introdução a Giordano Bruno, p. XXXV, Acerca do Infinito, do Universo e dos Mundos, 3ª edição, Fundação Calouste Gulbenkian.


retirado: http://www.library.com.br/cosmologia/capacosmologia



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