Confúcio: o eterno sábio
Amor ao próximo, ética, lealdade e respeito à natureza já eram valores que
norteavam a cultura e a sociedade chinesas há 2,5 mil anos. O exercício dessas
virtudes formava a base da filosofia formulada pelo pensador Confúcio, cujos
ensinamentos atravessaram milênios e se tornaram pérolas de sabedoria.
Ao lado de Buda, Confúcio, ou Kung Fu Zi (551-479 a.C.), foi o mestre espiritual
que mais influenciou a China. Seis séculos antes do nascimento de Jesus Cristo,
numa época de guerras e conflitos sangrentos, o sábio pregou a importância do
exercício do amor incondicional ao próximo, da bondade e da solidariedade.
“Confúcio defendeu uma nova ética social, afirmando que a sociedade poderia
viver em harmonia desde que as prioridades fossem a ética, o respeito e a
educação”, diz André Bueno, professor da Universidade Gama Filho, do Rio de
Janeiro, especializado em história e filosofia chinesas. “Entre os séculos 3
a.C. e 3 d.C., a China viveu um período de grande renovação cultural e
intelectual”, conta. “Suas idéias, desde então, tornaram-se um patrimônio da
humanidade.”
Os ensinamentos confucionistas ficaram registrados nos Analetos, os famosos
Diálogos de Confúcio, transcritos por seus discípulos, que organizaram a chamada
Escola dos Letrados (Rujia), um sistema de pensamento pautado em valores como li
(ritual), zheng (conduta) e ren (humanismo).
Sintonia com o céu
Para o mestre e seus seguidores, o comportamento baseado no ritual, na etiqueta,
nas maneiras e na postura assegurava a interação entre os membros da comunidade
e sua conexão com a ordem natural e a vontade do céu (tian) – ou seja, o
Universo. A conduta era uma forma de autocontrole, que levava o homem a perceber
sua importância no mundo, deslocando-se dos interesses próprios para os da
comunidade. Por fim, o humanismo defendia a importância do amor, do altruísmo e
da justa distribuição do trabalho para que todos vivessem em harmonia.
Conheça a seguir alguns dos preceitos desse sábio – até hoje verdadeiras lições
para serem aplicadas no dia-a-dia –, comentados pelo especialista em cultura
chinesa.
“Ame a todos sem distinção”
O mestre pregava o amor não apenas ao próximo, independentemente das diferenças
de raça, sexo, classe social e religião, mas a todos os seres da natureza.
“Confúcio chamava a natureza de céu (tian), sublinhando que todos os seres têm
igual valor perante o Universo”, diz o professor André Bueno. Na visão
confucionista, o céu sabe qual é a missão de cada um e a razão pela qual as
pessoas vêm exercer papéis fundamentais – para o bem e para o mal – em nossa
vida.
“Retribua sempre com a bondade”
Com essa lição, Confúcio frisava que freqüentemente esquecemos de retribuir o
bem que os outros nos dedicam, como se o gesto alheio fosse natural. Mas também
dedicava esse ensinamento especialmente para os momentos em que nos sentimos
desafiados ou ofendidos. “Trate bem quem lhe trata bem e procure tratar bem quem
lhe trata mal. Assim dizia o mestre”, fala o professor André. Essa máxima reza
que temos todo o direito de nos defender das agressões alheias, mas muitas vezes
devemos relevar os ataques, lembrando que eles podem ser causados pelo
nervosismo ou pelo descontrole do oponente. Segundo o confucionismo, quem busca
a sabedoria deve cultivar o autocontrole e estar sempre centrado em seu próprio
eixo.
“Não faça ao próximo o que não quer que façam com você”
Adotar uma conduta reta, firmemente alicerçada na justiça e na moral, era um dos
preceitos do confucionismo. “Segundo o mestre, devemos ter em mente essa máxima
sempre que nos sentirmos em dúvida sobre como agir em relação a uma pessoa e não
encontramos resposta ou subsídio na lei e nos costumes”, afirma André Bueno.
“A melhor maneira de não errar é não fazer nada. No entanto, não fazer nada é o
maior erro de todos”
O mestre chinês exprimia nesse ensinamento a necessidade de empreender a
permanente busca de como contribuir para o bem alheio e a construção de um mundo
melhor. “Confúcio dizia que o imobilismo é um dos maiores equívocos. Para ele,
quem quer ser amado precisa amar e quem quer ser ajudado tem de ajudar”, afirma
o professor. Essa frase, segundo ele, serve como complemento para outra máxima
do confucionismo, máxima que defende que não se deve fazer para os outros o que
não se deseja para si mesmo.
“Aquilo que o céu outorgou se chama natureza, e a harmonia com esse princípio é
o caminho. A ordenação desse caminho é a cultura”
A cultura, segundo os princípios do confucionismo, pode ser traduzida por
educação ou aprendizado. “O mestre enxergava a cultura como um mergulho do ser
humano nos estudos e na filosofia na busca de compreender a si mesmo e a todos
os princípios que norteiam a natureza e a vida”, lembra André Bueno. A educação,
para ele, era uma forma de autoconhecimento, fundamental para compreender a
essência humana. Na época, Confúcio defendia que a música, a pintura, a poesia,
a caligrafia e a arte do arco-e-flecha seriam alguns dos meios para o ser humano
descobrir e desenvolver seus potenciais.
O estudo, para o sábio, era a base da formação do homem, pois só a instrução
assegurava a conduta reta, a justiça e a moral nos negócios públicos e na
relação com as outras pessoas. “Hoje, quando tanto se fala na necessidade de
priorizar a educação, vemos como a filosofia confucionista continua atual”,
conclui André Bueno.
Para Confúcio, devemos estar sempre prontos a praticar o bem: quem quer ser
amado precisa antes dar amor
Amor ao próximo, ética, lealdade e respeito à natureza já eram valores que
norteavam a cultura e a sociedade chinesas há 2,5 mil anos. O exercício dessas
virtudes formava a base da filosofia formulada pelo pensador Confúcio, cujos
ensinamentos atravessaram milênios e se tornaram pérolas de sabedoria.
Ao lado de Buda, Confúcio, ou Kung Fu Zi (551-479 a.C.), foi o mestre espiritual
que mais influenciou a China. Seis séculos antes do nascimento de Jesus Cristo,
numa época de guerras e conflitos sangrentos, o sábio pregou a importância do
exercício do amor incondicional ao próximo, da bondade e da solidariedade.
“Confúcio defendeu uma nova ética social, afirmando que a sociedade poderia
viver em harmonia desde que as prioridades fossem a ética, o respeito e a
educação”, diz André Bueno, professor da Universidade Gama Filho, do Rio de
Janeiro, especializado em história e filosofia chinesas. “Entre os séculos 3
a.C. e 3 d.C., a China viveu um período de grande renovação cultural e
intelectual”, conta. “Suas idéias, desde então, tornaram-se um patrimônio da
humanidade.”
Os ensinamentos confucionistas ficaram registrados nos Analetos, os famosos
Diálogos de Confúcio, transcritos por seus discípulos, que organizaram a chamada
Escola dos Letrados (Rujia), um sistema de pensamento pautado em valores como li
(ritual), zheng (conduta) e ren (humanismo).
Sintonia com o céu
Para o mestre e seus seguidores, o comportamento baseado no ritual, na etiqueta,
nas maneiras e na postura assegurava a interação entre os membros da comunidade
e sua conexão com a ordem natural e a vontade do céu (tian) – ou seja, o
Universo. A conduta era uma forma de autocontrole, que levava o homem a perceber
sua importância no mundo, deslocando-se dos interesses próprios para os da
comunidade. Por fim, o humanismo defendia a importância do amor, do altruísmo e
da justa distribuição do trabalho para que todos vivessem em harmonia.
Conheça a seguir alguns dos preceitos desse sábio – até hoje verdadeiras lições
para serem aplicadas no dia-a-dia –, comentados pelo especialista em cultura
chinesa.
“Ame a todos sem distinção”
O mestre pregava o amor não apenas ao próximo, independentemente das diferenças
de raça, sexo, classe social e religião, mas a todos os seres da natureza.
“Confúcio chamava a natureza de céu (tian), sublinhando que todos os seres têm
igual valor perante o Universo”, diz o professor André Bueno. Na visão
confucionista, o céu sabe qual é a missão de cada um e a razão pela qual as
pessoas vêm exercer papéis fundamentais – para o bem e para o mal – em nossa
vida.
“Retribua sempre com a bondade”
Com essa lição, Confúcio frisava que freqüentemente esquecemos de retribuir o
bem que os outros nos dedicam, como se o gesto alheio fosse natural. Mas também
dedicava esse ensinamento especialmente para os momentos em que nos sentimos
desafiados ou ofendidos. “Trate bem quem lhe trata bem e procure tratar bem quem
lhe trata mal. Assim dizia o mestre”, fala o professor André. Essa máxima reza
que temos todo o direito de nos defender das agressões alheias, mas muitas vezes
devemos relevar os ataques, lembrando que eles podem ser causados pelo
nervosismo ou pelo descontrole do oponente. Segundo o confucionismo, quem busca
a sabedoria deve cultivar o autocontrole e estar sempre centrado em seu próprio
eixo.
“Não faça ao próximo o que não quer que façam com você”
Adotar uma conduta reta, firmemente alicerçada na justiça e na moral, era um dos
preceitos do confucionismo. “Segundo o mestre, devemos ter em mente essa máxima
sempre que nos sentirmos em dúvida sobre como agir em relação a uma pessoa e não
encontramos resposta ou subsídio na lei e nos costumes”, afirma André Bueno.
“A melhor maneira de não errar é não fazer nada. No entanto, não fazer nada é o
maior erro de todos”
O mestre chinês exprimia nesse ensinamento a necessidade de empreender a
permanente busca de como contribuir para o bem alheio e a construção de um mundo
melhor. “Confúcio dizia que o imobilismo é um dos maiores equívocos. Para ele,
quem quer ser amado precisa amar e quem quer ser ajudado tem de ajudar”, afirma
o professor. Essa frase, segundo ele, serve como complemento para outra máxima
do confucionismo, máxima que defende que não se deve fazer para os outros o que
não se deseja para si mesmo.
“Aquilo que o céu outorgou se chama natureza, e a harmonia com esse princípio é
o caminho. A ordenação desse caminho é a cultura”
A cultura, segundo os princípios do confucionismo, pode ser traduzida por
educação ou aprendizado. “O mestre enxergava a cultura como um mergulho do ser
humano nos estudos e na filosofia na busca de compreender a si mesmo e a todos
os princípios que norteiam a natureza e a vida”, lembra André Bueno. A educação,
para ele, era uma forma de autoconhecimento, fundamental para compreender a
essência humana. Na época, Confúcio defendia que a música, a pintura, a poesia,
a caligrafia e a arte do arco-e-flecha seriam alguns dos meios para o ser humano
descobrir e desenvolver seus potenciais.
O estudo, para o sábio, era a base da formação do homem, pois só a instrução
assegurava a conduta reta, a justiça e a moral nos negócios públicos e na
relação com as outras pessoas. “Hoje, quando tanto se fala na necessidade de
priorizar a educação, vemos como a filosofia confucionista continua atual”,
conclui André Bueno.
Para Confúcio, devemos estar sempre prontos a praticar o bem: quem quer ser
amado precisa antes dar amor
retirado: http://br.dir.groups.yahoo.com
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