ZEN DICAS & MUSICAIS

CIRCULO ZEN,

Sejam bem vindos ao ZEN DICAS & MUSICAIS.


Apresentamos teorias, informações, previsões, profecias e idéias que devem ser vistas apenas como caráter especulativo. Não queremos doutrinar, afirmar ou convencer ninguém..

Tento colocar um pouquinho de cada coisa que gosto de estudar. São assuntos diversos muitas vezes que nem sei de onde peguei, mas são temas aos quais me identifico. Se o autor de algum texto deparar com ele escrito aqui, não se irrite, ao contrário, lisonjeie-se em saber que alguém admira seu pensamento.

Não há religião superior à verdade, o importante é a nossa convivência de respeito mútuo e amizade, sempre pautados na humildade, no perdão e na soliedaridade.

Autoconhecimento, Filosofia, Espiritualidade, Literatura, Saúde, Culinária, Variedades..

Tudo isso acompanhado de uma Zen Trilha Sonora com muito Alto Astral.



“Citarei a verdade onde a encontrar”.
(Richard Bach)


ZEN DICAS & MUSICAIS.
VIVA O AGORA !
NAMASTÊ.

NUNCA PERCA A CURIOSIDADE SOBRE O SAGRADO!

Albert Einstein

circulo zen

3.10.08

A MUSICA E A ESPIRITUALIDADE


A Música e a Espiritualidade

Inúmeras lendas chinesas atestam maiores, e até mágicas, possibilidades da música. Uma, por exemplo, nos conta como o mestre da música Wen de Cheng aprendeu a dominar os elementos. O Mestre Wen acompanhava o grande Mestre Hsiang em suas viagens.

Durante três anos Mestre Wen arranhou as cordas da cítara, mas não lhes arrancou melodia alguma. Disse-lhe, então, Mestre Hsiang: "Deixe disso, vá para casa".

Depondo o instrumento no chão, Mestre Wen suspirou e respondeu: "Não é que eu não possa produzir uma melodia. O que tenho em mente não se relaciona com cordas; não viso a tons. Enquanto não o tiver alcançado no coração não poderei expressá-lo no instrumento; portanto, não me atrevo a mover a mão e ferir as cordas. Dê-me, porém, um pouco de tempo e examine-me depois."


Volvido algum tempo, voltou a aproximar-se outra vez de Mestre Hsiang, que lhe perguntou: "E então? Como vai a sua execução?"

Era primavera, mas quando Mestre Wen dedilhou a corda Shang e acompanhou-lhe o dedilhar com o oitavo semitom, um vento frio se levantou e os arbustos e as árvores deram frutos. Agora era outono. Mestre Wen dedilhou novamente uma corda, desta feita a corda Chiao, e acompanhou-a com o segundo semitom: ergueu-se uma brisa lânguida e quente, os arbustos e as árvores floresceram.

Era verão agora, mas ele feriu a corda Yü e fez que lhe respondesse o décimo primeiro semitom: rompeu o Sol e o gelo imediatamente se derreteu.

Finalmente, Mestre Wen de Cheng tangeu a corda Kung e o fez em uníssomo com as outras quatro cordas: formosos ventos murmuraram, ergueram-se nuvens de boa fortuna, entrou a cair um doce orvalho e os mananciais das águas avolumaram-se, pujantes.


Está claro que não se deve tomar essa lenda pelo seu valor ostensivo.

Os chineses criam, de fato, que a música influi nos fenômenos da natureza. Não acreditavam, todavia, se pudesse esperar que os tons do homem mortal fossem capazes de evocar, literalmente, uma estação depois da outra, como afirma a lenda de Mestre Wen de Cheng.

Mas se atentarmos melhor para a história, sem esquecer a grande tendência do antigo espírito chinês a gravitar em torno de assuntos espirituais e a expressar-se em termos simbólicos, um significado mais profundo se erguerá, revelado, ante nossos olhos:

As quatro cordas externas da cítara e as quatro estações simbolizam a antiga concepção dos quatro aspectos do homem: sua mente abstrata, sua mente concreta, suas emoções e seu corpo físico.

(Estes quatro vieram, mais tarde, a ser chamados pelos alquimistas da Europa, "Fogo, Ar, Água e Terra".)


Mestre Wen não pode satisfazer ao seu guru, Mestre Hsiang, porque ainda não senhoreou os quatro aspectos do seu ser. Em razão disso, não lhe é dado executar música sublime. Mas afasta-se e só volta depois de haver atingido a plena florescência da espiritualidade do seu coração.

Agora, Mestre Wen pode dedilhar as quatro cordas externas e provocar com elas um grande efeito. Da mesma forma, e muito mais significativamente, logrou o domínio total de seus processos mentais abstratos e concretos, da sua natureza emocional e física, e pode "tocá-los".

Qual é o resultado desse império sobre o espírito e o corpo?

O resultado vital é que, ao tanger as quatro "cordas" externas (sua natureza quádrupla) em uníssomo, ele aprendeu também a ferir a corda central Kung (correspondente ao Eu Superior ou natureza espiritual).


Da base quadrilateral da pirâmide da vida, elevou-se ao próprio ápice da perfeição. Alcançou o pleno domínio de si e, em vista disso, seu gênio interior manifesta-se agora desde o coração. Em vista disso também sua música atingiu os níveis necessários de grandeza exigidos pelo guru.

A moral aqui é dupla: em primeiro lugar, cumpre-nos dominar nossa natureza quádrupla antes de lograr o nosso pleno desenvolvimento.

Em segundo lugar, somente depois de consegui-lo podemos executar a música que realmente vale a pena ser executada.

Outra narrativa lendária, tirada do Shu King (Livro de odes) descreve uma música tão sublime que invocava a presença dos grandes homens espirituais do passado que se haviam alçado ao céu, kwei, o músico-chefe do imperador Shun, disse: quando eles bateram de leve e com força na pedra ressoante, e feriram e varreram o ch'in e o shê, a fim de se afinarem com o canto, antepassados e progenitores desceram e visitaram-nos.

Seus hóspedes ocuparam as cadeiras principais. E as hostes dos nobres virtuosamente cederam (os lugares uns aos outros).

No fundo da sala estavam as flautas e os tambores, que foram levados a soar em uníssomo ou eram interrompidos pelas batidas ou pelo arrastar de pés dos lacaios, enquanto a flauta de Pã e o sino indicavam os intervalos. Entretanto, nem mesmo na lenda o poder da música é sempre benigno.

Um relato, por exemplo, fala de uma música inventada pelos demônios e pelos espíritos, que provocou uma tempestade, destruiu o terraço do palácio do príncipe Ping Kung e, em seguida, ocasionou a doença e a morte do príncipe.

Nenhum comentário: