A Busca Eterna
Cada uma das doze notas da escala musical chinesa tinha o seu nome individual, e o mesmo se podia dizer do tom fundamental, o próprio huang chung, cuja nota musical se chamava kung.
Como vimos, essa nota fundamental era considerada a manifestação terrena da vontade divina e um princípio sagrado e eterno no qual se baseavam os sistemas proporcionais de todo o estado.
Isto suscita, portanto, uma pergunta importante: que aconteceria se a nota que se julgasse ser a altura de kung estivesse fora de tom e já não fosse o receptáculo perfeito de divinas energias?
Todo o estado deixaria de harmonizar-se com o alto! A exatidão do kung era, portanto, absolutamente soberana.
Como abverte o texto chinês, Memorial de música: "Se o kung estiver perturbado, haverá desorganização, o príncipe será arrogante".
De sorte que, se o kung fosse inexato, provavelmente todas as coisas desandariam. Até o príncipe reinante poderia tornar-se inarmonioso e um fraco receptáculo da vontade divina, impondo ao povo sua próprio vontade humana.
Numa palavra, o kung perfeito era a grande chave de uma civilização áurea, perfeita.
Entretanto, como poderiam eles ter a certeza de que a nota que supunham ser o kung era precisa?
Como poderiam ter a certeza de que o tom do tubo usado para medir a altura era absolutamente verdadeiro?
E foi assim que a busca do reflexo tonal puro e imaculado do Tom Uno assumiu proporções idealísticas, místicas.
O instrumento que pudesse dar ao homem o tom fundamental de uma escala musical em perfeita sintonia com o universo era a chave do paraíso terreno, essencial à segurança e à evolução da raça. Tornou-se um Santo Graal chinês, a meta da busca final.
Uma lenda narra a maravilhosa jornada de Ling Lun, ministro do lendário segundo imperador chinês, Huang Ti.
Ling Lun foi mandado, como um antigo Cavaleiro do Rei Artur, à cata de um conjunto especial e único de tubos de bambu. Tão perfeitos eram esses tubos que podiam emitir as alturas padronizadas, precisas, com que se afinavam todos os outros instrumentos, em todo o país.
Se atentarmos com cuidado para essa e outras lendas semelhantes veremos que são de todo simbólicas: assim como os tubos muito bem afinados, usados na medição da altura, podiam servir de padrão para a afinação dos demais instrumentos, colocando, portanto, a música da Terra em consonância com a harmonia universal, assim também podia o homem perfeitamente "afinado", ou auto-realizado, tornar-se padrão a ser seguido por todos os outros homens.
Qual era a altura precisa usada como a nota kung?
Os pesquisadores modernos não foram capazes de determiná-la com exatidão, mas as estimativas colocam-na entre o dó central menor e o fá mais alto.
A dinastia chinesa final parece ter colocado com um relato do musicólogo van Aalst em 1884.
Isso, todavia, não quer dizer que todas as dinastias anteriores adotassem a mesma altura, ré, como sua nota fundamental. Na concepção dos chineses, nem o universo nem os céus eram estáticos.
Assim como as obras de música terrena progridem através de várias melodias, ritmos, contrastes, tonalidades e movimentos diferentes, assim também, afiançam os antigos, progrediu a música celeste, que era a Fonte de todos os tons terrenos.
À medida que mudavam as configurações astrológicas, mudavam também os harmônicos universais.
Já vimos que a progressão de um mês zodiacal para outro indicava, literalmente, uma modulação na Música dos doze Tons.
Momentos havia em que isso podia significar que o Som Cósmico mudara de maneira tão significativa que, embora o kung tivesse sido acuradamente afinado com ele, já deixara de estar. O kung, por conseguinte, precisava ser modificado.
Pensem apenas no que isto significava: com a modificação do kung, todo o sistema de pesos e medidas do estado e todos os objetos e coisas baseadas neles também tinham de ser alterados!
Somente dessa maneira poderia o estado reajustar-se aos princípios celestes. Toda vez que subia ao trono o primeiro imperador de uma nova dinastia que se iniciava, só uma coisa lhe habitava o espírito como a primeira e mais importante para fazer: procurar corrigir a nota, kung.
(Afinal de contas, se o kung da dinastia anterior estivesse em perfeita harmonia com os princípios eternos do universo, como poderia a dinastia ter-se acabado?)
retirado http://wwwrevistaesotericacom.br/metodomusicoterapia/busca.htm
Cada uma das doze notas da escala musical chinesa tinha o seu nome individual, e o mesmo se podia dizer do tom fundamental, o próprio huang chung, cuja nota musical se chamava kung.
Como vimos, essa nota fundamental era considerada a manifestação terrena da vontade divina e um princípio sagrado e eterno no qual se baseavam os sistemas proporcionais de todo o estado.
Isto suscita, portanto, uma pergunta importante: que aconteceria se a nota que se julgasse ser a altura de kung estivesse fora de tom e já não fosse o receptáculo perfeito de divinas energias?
Todo o estado deixaria de harmonizar-se com o alto! A exatidão do kung era, portanto, absolutamente soberana.
Como abverte o texto chinês, Memorial de música: "Se o kung estiver perturbado, haverá desorganização, o príncipe será arrogante".
De sorte que, se o kung fosse inexato, provavelmente todas as coisas desandariam. Até o príncipe reinante poderia tornar-se inarmonioso e um fraco receptáculo da vontade divina, impondo ao povo sua próprio vontade humana.
Numa palavra, o kung perfeito era a grande chave de uma civilização áurea, perfeita.
Entretanto, como poderiam eles ter a certeza de que a nota que supunham ser o kung era precisa?
Como poderiam ter a certeza de que o tom do tubo usado para medir a altura era absolutamente verdadeiro?
E foi assim que a busca do reflexo tonal puro e imaculado do Tom Uno assumiu proporções idealísticas, místicas.
O instrumento que pudesse dar ao homem o tom fundamental de uma escala musical em perfeita sintonia com o universo era a chave do paraíso terreno, essencial à segurança e à evolução da raça. Tornou-se um Santo Graal chinês, a meta da busca final.
Uma lenda narra a maravilhosa jornada de Ling Lun, ministro do lendário segundo imperador chinês, Huang Ti.
Ling Lun foi mandado, como um antigo Cavaleiro do Rei Artur, à cata de um conjunto especial e único de tubos de bambu. Tão perfeitos eram esses tubos que podiam emitir as alturas padronizadas, precisas, com que se afinavam todos os outros instrumentos, em todo o país.
Se atentarmos com cuidado para essa e outras lendas semelhantes veremos que são de todo simbólicas: assim como os tubos muito bem afinados, usados na medição da altura, podiam servir de padrão para a afinação dos demais instrumentos, colocando, portanto, a música da Terra em consonância com a harmonia universal, assim também podia o homem perfeitamente "afinado", ou auto-realizado, tornar-se padrão a ser seguido por todos os outros homens.
Qual era a altura precisa usada como a nota kung?
Os pesquisadores modernos não foram capazes de determiná-la com exatidão, mas as estimativas colocam-na entre o dó central menor e o fá mais alto.
A dinastia chinesa final parece ter colocado com um relato do musicólogo van Aalst em 1884.
Isso, todavia, não quer dizer que todas as dinastias anteriores adotassem a mesma altura, ré, como sua nota fundamental. Na concepção dos chineses, nem o universo nem os céus eram estáticos.
Assim como as obras de música terrena progridem através de várias melodias, ritmos, contrastes, tonalidades e movimentos diferentes, assim também, afiançam os antigos, progrediu a música celeste, que era a Fonte de todos os tons terrenos.
À medida que mudavam as configurações astrológicas, mudavam também os harmônicos universais.
Já vimos que a progressão de um mês zodiacal para outro indicava, literalmente, uma modulação na Música dos doze Tons.
Momentos havia em que isso podia significar que o Som Cósmico mudara de maneira tão significativa que, embora o kung tivesse sido acuradamente afinado com ele, já deixara de estar. O kung, por conseguinte, precisava ser modificado.
Pensem apenas no que isto significava: com a modificação do kung, todo o sistema de pesos e medidas do estado e todos os objetos e coisas baseadas neles também tinham de ser alterados!
Somente dessa maneira poderia o estado reajustar-se aos princípios celestes. Toda vez que subia ao trono o primeiro imperador de uma nova dinastia que se iniciava, só uma coisa lhe habitava o espírito como a primeira e mais importante para fazer: procurar corrigir a nota, kung.
(Afinal de contas, se o kung da dinastia anterior estivesse em perfeita harmonia com os princípios eternos do universo, como poderia a dinastia ter-se acabado?)
retirado http://wwwrevistaesotericacom.br/metodomusicoterapia/busca.htm
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